sábado, 28 de fevereiro de 2009

Lançamento da CF-2009 em Fortaleza

Lançada a Campanha da Fraternidade 2009

A Igreja debate sobre segurança pública com a Campanha da Fraternidade 2009. No lançamento, integrantes do Governo do Estado comemoram a iniciativa
Mariana Toniatti
da Redação
27 Fev 2009 - 00h59min
A Campanha da Fraternidade deste ano, lançada ontem, coloca em discussão a segurança pública. A Igreja, que já trabalha com o tema por meio de pastorais, como a Carcerária e a do Menor, convoca toda a sociedade a pensar sobre as causas e efeitos da violência. A que se desenrola na intimidade de casa e a que acontece nas ruas. A violência do bairro onde se vive e do País distante em guerra. “A violência se manifesta de muitas formas. No trânsito, no cárcere, no tráfico, na desigualdade social, na fome e na corrupção. Precisamos refletir sobre sua dimensão e causas, julgar bem essa realidade para então agir”, disse dom José Antônio Aparecido Tosi, arcebispo de Fortaleza, no lançamento da campanha.

O evento reuniu o secretário da Segurança e Defesa Social, Roberto Monteiro, o secretário da Justiça, Marcos Cals, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - Seção Ceará, Hélio Leitão, o promotor do Ministério Público Estadual, Antônio Iran Coelho Sírio, e membros da Igreja e de setores da segurança pública. Um auditório lotado. Na fala de todos, em comum, a preocupação com a crescente intolerância e revanchismo da população. “A Justiça é o direito mais fundamental e vai além. Só se vence o mal com bem e não com mal. Precisamos encontrar um novo caminho de relacionamento com respeito e fraternidade. Para isso, as pessoas precisam se reconhecer como irmãos”, disse dom José Aparecido.

Roberto Monteiro citou Gandhi para concordar com o arcebispo. “Se formos sempre olho por olho, acabaremos todos cegos”. De concreto, o secretário da Segurança anunciou a participação de oficiais da Polícia Civil e Militar nos grupos de discussão e atividades da Campanha da Fraternidade.

O tema da Campanha da Fraternidade 2009, que tem como lema “A Paz é Fruto da Justiça”, começou a aparecer durante a campanha passada. Na fase de avaliação com as bases da Igreja, em grupos de atividade e reflexão, a segurança pública foi crescendo no debate até chegar à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e ser escolhida como tema central da campanha deste ano. “Nasceu do clamor da comunidade. Só ela pode assumir a responsabilidade”, encerra dom José Aparecido.


EMAIS

- A Campanha da Fraternidade, promovida pela CNBB acontece há 45 anos, durante a Quaresma. “É um tempo especial da vida cristã, um tempo de conversão e preparação para a Páscoa. Um tempo bom para convocar a sociedade para um grande mutirão”, afirma dom José Aparecido. O lançamento coincide com o início do período e no Domingo de Ramos, as doações para a Coleta Solidária, encerram oficialmente a Campanha, mas os grupos de atividade e os projetos nascidos neles continuam acontecendo ao longo do ano.

- Em sua fala, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - Seção Ceará, Hélio Leitão, criticou os programas de televisão que exploram a violência. “São 14 horas de programas policiais que pisoteiam a dignidade humana. Ali estão pessoas que cometeram crimes, mas são gente”, disse. O discurso foi cortado por aplausos. “Engraçado. Não estou vendo ninguém desses programas aqui”, ironizou. Mais aplausos.

- De acordo com o secretário Marcos Cals, a reincidência no sistema penitenciário cearense chega a 82%.

- Em 2009, a realização da 1ª Conferência Nacional da Segurança Pública, convocada pelo Ministério da Justiça, desencadeia uma série de conferências municipais, estaduais e regionais. “Teremos dezenas de oportunidades de discussão”, disse Roberto Monteiro, secretário da Segurança.


OBJETIVOS

- Fazer com que cada um repense suas atitudes cotidianas. A cultura de paz começa em casa e no trabalho, nas suas relações cotidianas.

- Denunciar a gravidade da corrupção, banalizada no País.

- Fortalecer a ação educativa e evangelizadora, promovendo a cultura de paz, rompendo com a justiça do "olho por olho".

- Denunciar o modelo punitivo do sistema penitenciário brasileiro.

- Favorecer e articular redes sociais que visam superar a violência.

- Desenvolver ações que visem à superação das causas da insegurança.

- Despertar o agir solidário com as vítimas da violência.

- Apoiar as políticas públicas que valorizam os direitos humanos.

fonte: www.opovo.com.br/opovo/fortaleza/858237.html

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